O interesse por uma melhor qualidade de vida cresce com o passar dos anos. Se este é o seu caso, como anda o seu planejamento em relação a isso? Independentemente da situação atual, se há, de fato, interesse na melhora da disposição física e no bem-estar geral do seu corpo penso ser importante se ligar não apenas no aspecto aparente da saúde.
Tanto as escolhas conscientes – as que temos de fazer no nosso dia a dia – como aquelas nem sempre perceptíveis – como alguns dos nossos pensamentos e emoções – também estão, de alguma forma, alterando o curso do bom funcionamento do nosso organismo. Qualquer pensamento poderá influenciar nesse funcionamento, alterando seus processos químicos e reações automáticas a partir de comandos do cérebro. Por outro lado, um corpo dolorido, cansado ou relaxado refletirá sensações, sentimentos e pensamentos muito variados do que está se passando no corpo. Assim, os pensamentos e as emoções têm impacto direto na saúde física, e as intercorrências físicas repercutem na nossa saúde mental e emocional, tanto positiva quanto negativamente falando.
Podemos citar como exemplo uma pessoa que se encontra deprimida. Como estará o posicionamento da cabeça dessa pessoa? Se ela estiver nesse padrão de pensamento triste e melancólico pode ser que verifiquemos no seu caminhar um olhar voltado para o chão. Você sabe quanto pesa uma cabeça? Em média 4,5 kg (8 % do peso total do corpo). Nesse exemplo de postura é possível que chegue a 13 kg. Com o passar de anos olhando para baixo, a não ser que cuide bem de suas costas, esta pessoa terá que suportar dores e quem sabe uma artrose ou deformação óssea em suas vértebras do pescoço. Ainda nesse caso poderemos verificar um padrão de peitorais contraídos e uma respiração curta e limitada. Isso ocasionado pelo enrijecimento dos músculos das costelas, que deverá estar acompanhando o padrão do peito. Com uma respiração curta, menos oxigênio nosso cérebro estará recebendo, deixando o indivíduo suscetível à irritabilidade e inquietação.
A ilustração acima é apenas um lembrete para incluirmos no planejamento de nossa saúde uma boa postura ao andar: olhar voltado para a frente, atenção na respiração e cuidado com a leveza dos pensamentos e emoções. Será que essa mudança na postura trará perspectivas de mudanças no nosso humor e na forma de pensar? Que tal experimentar?
Dica: Para ajudar a modificar um padrão de olhar para o chão alterne estes dois exercícios enquanto estiver caminhando:
1) Apoie suas mãos sobre os ouvidos e mandíbulas; respire e ao expirar puxe a cabeça para cima. Ande algumas vezes mantendo a cabeça para cima.
2) Ande arrastando os pés, como se apenas os dedos os estivessem puxando. O único movimento que se faz nessa prática é o de dobrar as articulações que separam os artelhos dos pés.
Independentemente de estarmos hoje colhendo um resultado de uma má escolha do passado, o importante é saber que organizando e integrando o corpo e a mente podemos alterar um curso que irá resultar numa nova condição corporal, uma melhor respiração e bem-estar. Não despreze sua capacidade de se renovar.
Wilson Garves: Terapeuta Ocupacional, especializado em Cinesiologia Psicológica e em Biomecânica do Exercício. Instrutor da School For Self-Healing (EUA), tem experiência de 20 anos com o Método Meir Schneider Self-Healing®, atendendo em consultório ou em aulas grupais. Tem dado treinamentos e palestras em diversas cidades do Brasil, da América Latina e na Índia. (www.corpoproativo.com.br)